Hauptmann ZG1, ZG76, SKG210 e JG76 ~250 missões de combate,
25 vitórias (6 quadrimotores) Morto em ação (25/08/1944)
Um dos grandes apelos feitos pela
política racial de Hitler era que aquelas pessoas que fossem de descendência germânica
e que vivessem fora de sua terra natal (Volksdeustche), não só poderiam como deveriam
se juntar ao III Reich na luta para assegurar sua expansão. Como destino de um
grande número de imigrantes desde o fim do século XIX, o Brasil possuía muitos
alemães e seus descendentes que haviam se fixado aqui, principalmente nos estados
do sul do país. E lá, a despeito do Brasil ter lutado ao lado dos Aliados durante
a II Guerra Mundial, o chamado de Hitler ecoou com certo vigor e um dos vários
jovens que retornaram à Europa para lutar na Wehrmacht,
foi o brasileiro Egon Albrecht.
Egon
Friedrich Kurt Albrecht nasceu na cidade de Curitiba, Estado do Paraná, Brasil,
em 19 de maio de 1918, filho de Frederico Albrecht e Hedwig Elditt Albrecht.
Pouco
se sabe de sua infância, da sua data de retorno à Alemanha ou mesmo onde aprendeu
a pilotar aeronaves. Como fotos da época o mos tram utilizando uma insígnia da
Juventude Hitlerista (HJ-Abzeichen), pode-se deduzir que ele provavelmente tenha retornado à
Europa quando adolescente (você somente poderia ficar na Hitlerjugend até os 18
anos), onde teria tido suas primeiras lições de vôo planado.
Contudo, a mesma condecoração também agraciou os integrantes da “Auslands-HJ” (as Hitlerjugend no estrangeiro), isso significa que ele pode ter sido condecorado enquanto vivia no Brasil, já que o Partido Nacional-Socialista Brasileiro, organizado no sul do país, mesmo que não legalizado, era a maior seção do partido no exterior, perdendo apenas para o alemão em número de filiados. Mas essa hipótese não pode ser confirmada, uma vez que os arquivos referentes à Juventude Hitlerista foram destruídos durante a guerra.
O fato é que,
após a conclusão de seu treinamento como piloto de caça, Albrecht foi designado
para servir com o 6./ZG 1 (6º Staffel da Zers törergeschwader 1) então
usando os caças pesados bimotores Messer schmitt Bf
110 no início de 1940. Com essa unidade - renomeada 9./ZG 76 em 26.06.1940
- ele participaria da Blitzkrieg contra
a Holanda, Bél-gica e França e, posteriormente,
da Batalha da Inglaterra, efetuando principalmente
missões de escolta de bombardeiros e ataque a alvos terrestres.
Em
24.04.1941 sua unidade foi novamente renomeada, desta vez, 6./SKG 210 (6º Staffel
da Schnellkampf-geschwader),
com a qual efetuaria uma série de missões durante a
invasão da URSS. Atuando ao lado de ases como Rudolf
"Rolf" Kaldrack e Wolfgang Schenck, entre outros,
Albrecht participou principalmente de missões de ataque a alvos de infantaria
e unidades terrestres soviéticas. Em 04.01.1942 seu esquadrão foi novamente rebatizado,
agora como 6./ZG 1, mas ele permaneceria pouco tempo com esse grupo pois foi nomeado Staffelkapitän do 1./ZG 1 em 12.06.1942.
Condecorado com o Troféu de Honra da Luftwaffe
em 21.09.1942 e, pouco depois, com a Cruz Germânica
em Ouro (entregue em 21.12.1942), o Oberleutnant
Egon Albrecht foi finalmente agraciado com a Cruz
de Cavalei-ro da Cruz de Ferro em 22 de maio de 1943, enquanto liderava o 9./ZG 76, quando somava 15 vitórias
aéreas além da destruição, no solo, de 11 aeronaves, 162 veículos motorizados,
254 veículos diversos, três locomotivas, oito baterias antiaéreas, 12 canhões
anti-tanque e oito posições de infantaria.
Em
09.10.1943, promovido a Hauptmann, Egon Albrecht
tornou-se Gruppenkommandeur do
II./ZG 1, sucedendo ao Hauptmann Karl-Heinrich Matern (Ritterkreuzträger
com 12 vitórias, morto em ação em 08.10.1943) e, no mesmo mês, seu Gruppe
foi transferido para a costa da França (Frente Ocidental), onde passaram a efetuar
missões sobre a Baía de Biscaia.
Pouco depois, Egon Albrecht e sua
unidade foram envia dos para Wels, na Áustria, onde passaram a atuar contra as
incursões de bombardeiros quadrimotores e sua escol ta de caças principalmente
os P-51 Mustangs e P-47 Thunderbolts
da 15ª Força Aérea americana, sediada na Itália.
Em julho
de 1944, o II./ZG 1 retornou à Alemanha para passar por um treinamento de conversão
para o caça monomotor Messerschmitt Bf 109,
ocasião em que a unidade foi renomeada III./JG 76 (Gruppe III da Jagdgeschwader
76). Após rápido treinamento, Albrecht passou a liderar seu Gruppe contra as forças
aliadas que haviam desembarcado na França.
Em
25 de agosto de 1944, durante uma missão de com-bate, Albrecht foi forçado a abandonar
a formação devido a um problema no motor de seu avião (um Messersch
mitt Bf 109G-14, werkenummer 460593,
código "schwarz 21"). Enquanto retornava para sua base sozinho, seu avi- ão foi
atacado por caças norte-americanos - não se sabe qual a unidade específica - e
foi abatido próximo a St. Claude, noroeste da cidade de Creil (França). Embora
Albrecht tenha conseguido saltar de pára-quedas , ele chegou morto ao chão, onde
seu corpo foi saqueado por civis. Ainda hoje especula-se se teria sido ferido
em com bate ou se foi metralhado pelos caças inimigos enquanto estava no pára-quedas,
algo não incomum naqueles dias.
Único
brasileiro a ser condecorado com a Cruz de Cavaleiro
da Cruz de Ferro, o Hauptmann Egon Albrecht, quando de sua morte, havia abatido
um total de 25 aeronaves inimigas, sendo 15 na frente russa e o restante na frente
ocidental - incluindo seis bombardeiros quadrimotores durante a Defesa do Reich - além de outros 11 aviões destruídos no solo.